sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo... (que descolorirá.)

Quando eu era criança, no auge dos meus sete ou oito anos, a maior diversão das minhas férias era: comprar material escolar. Sim, eu esperava ansiosamente todo o mês de dezembro (e uma bela metade de janeiro também) pela chegada do grande dia.

Pouco antes dele chegar, como que para acalmar minha ansiedade infantil, eu pegava a listinha de material e grifava caprichosamente tudo o que eu precisaria comprar. O que eu já tinha, era riscado milimetricamente à régua, com caneta preta.

Quando enfim chegava o grande dia das compras, lá íamos nós, meus pais e eu, enfrentar a papelaria lotada de gente, e aquele tumulto habitual que eu, na minha cabecinha de criança achava ser o máximo.

Alguma coisa naquele lugar me fascinava profundamente, mas eu nunca soube bem o que era. Talvez fossem os rolos enormes de papel colorido que quando refletiam o sol lá fora, formavam desenhos legais na parede. Talvez fosse aquele cheirinho que só os lápis-de-cor novos têm, ou talvez fossem até mesmo aquelas borrachinhas coloridas de formato diferente. Eu realmente não sei.

Só sei que por mais que os anos passem, nem lista de material eu tenha mais, e não use nem papéis coloridos nem lápis-de-cor na escola, se você reparar atentamente, você ainda vai perceber um brilho diferente no meu olhar toda vez que eu entrar em uma papelaria lotada de gente.

3 comentários:

Vii Guimarães disse...

Eu também fico feliz na papelaria. Sempre!

Anônimo disse...

as vezes uma saudade no silencio que restou ...

Dream of a summer night disse...

eu sinto que antes qualquer risco no papel era facíl para ser interpletado e hoje, se uma criança me faz uma estrela, eu só vejo rabiscos..